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Educação Inclusiva
pensando uma escola que acolha e valorize todas as identidades dentro do território de Inoã.
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Educação Inclusiva
pensando uma escola que acolha e valorize todas as identidades dentro do território de Inoã.
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02 de outubro de 2024
Suéllen da Mata de Souza
Professora de Sala de Recursos
Este texto conta um pouco sobre alguns percursos pedagógicos utilizados pelas turmas do Programa de Aceleração de Estudos (PAE), que têm como objetivo proporcionar aos alunos que apresentam distorção idade/ano de escolaridade e demonstram dificuldades de aprendizagem com as metodologias do ensino regular, novas possibilidades de aprendizagem. Nesta visão, o Programa busca utilizar estratégias metodológicas diferenciadas para trabalhar os conteúdos de uma outra forma, levando em consideração a história de vida e análise global dos sujeitos nele inseridos.
Traremos duas experiências destas narrativas que estão sendo escritas, a partir de trabalho de campo por Inoã. A primeira é uma proposta de escrita de um jornal e a segunda, se refere a vivência nos espaços e a transformação destes achados, utilizando atividades de letramento e alfabetização.
Neste ano letivo, foram formadas duas turmas de aceleração, sendo estas: a PAE 21 com 23 alunos, que ainda não consolidaram o processo de alfabetização e a PAE 22 com 18 alunos, que começaram o processo de leitura, mas ainda precisam desenvolver competências e habilidades básicas para o uso social da escrita, e além da ampliação dos saberes de todas as disciplinas.

Jorge, aluno que tem Síndrome de Down, 1ª Fase da EJA, sambando com as passistas da GRES Acadêmicos do Araçatiba, após a roda de conversa “Consciência Negra”, uma das mobilizações em prol do Novembro Negro.
No ano de 2024, nossa escola desenvolveu o projeto “Narrativas do Território de Inoã”. O projeto tem por objetivo o resgate das memórias construídas sobre o território e o estudo cultural, histórico, geográfico, econômico e linguístico, desenvolvendo ainda o sentimento identitário e de pertencimento a esse espaço. Entender o território do qual fazemos parte, atravessa a constituição daquilo que somos, enquanto indivíduos e enquanto população. É na tecitura de diferentes identidades que se constrói a idiocrasia local, ou seja, os aspectos individuais que passam a compor as características do grupo inserido na região; assim como, num movimento contrário, também somos atravessados pelas propriedades da comunidade local ao nos inserirmos nela.
Considerando tais reflexões, entendemos que não se pode pensar nas “narrativas do nosso território” e construir um projeto que parta disso, sem inserir reflexões sobre os diferentes sujeitos que compõe o mosaico identitário e cultural de Inoã. Nesse sentido, o projeto teve como tônica abraçar e falar sobre essa diversidade, dando conta de envolver no projeto instituinte, e em todas as propostas pedagógicas, ações e fazeres que alcançasse a todos os indivíduos. Entendemos que a escola absorve esses sujeitos e, consequentemente, acomoda múltiplas identidades, é, portanto, indispensável falar sobre e considerar a diversidade nesse contexto. Assim, apresentarei aqui as ações, vivências e experiências na esfera da educação especial em perspectiva inclusiva, em específico, desenvolvidas em nossa escola, dando minha contribuição para construção do projeto educacional.
Em sua origem etimológica, a palavra “inclusão” vem do verbo “incluir”, do latim includere, que significa “abranger, compreender, envolver” (Dicionário etimológico da Língua Portuguesa, Antônio Geraldo da Cunha). Pensar uma educação inclusiva é considerar, nesse processo, que a escola é um espaço plural, composto por diferentes sujeitos. Desse modo, faz-se necessária a valorização dessa diversidade, reconhecendo e reforçando positivamente todas as identidades, subjetividades, histórias e culturas que compõem a comunidade local. É tornar, desse modo, o espaço acessível, garantindo, em todos os âmbitos, a permanência efetiva desses sujeitos na escola, aprendendo e vivendo todas as experiências compartilhadas nesse ambiente. Logo, incluir é proporcionar possibilidades que promovam e garantam a justiça, a igualdade e a equidade sociais.
Levando isso em consideração, a E. M. Professor Darcy Ribeiro se engaja em pensar um espaço escolar mais inclusivo, que a acolha e respeite todas as identidades locais, valorizando as diferenças individuais, considerando-as como diversidade, e não como problema. Como professora de sala de recursos multifuncionais, cuja incumbência me coloca como referência em inclusão nesse espaço, tenho desde o início de 2023, colaborado para pensar práticas mais inclusivas, que comtemplem em totalidade todos os nossos alunos público-alvo da inclusão, juntamente com os diretores, orientadores, professores, agentes de inclusão e outros funcionários da escola.
Este texto conta um pouco sobre alguns percursos pedagógicos utilizados pelas turmas do Programa de Aceleração de Estudos (PAE), que têm como objetivo proporcionar aos alunos que apresentam distorção idade/ano de escolaridade e demonstram dificuldades de aprendizagem com as metodologias do ensino regular, novas possibilidades de aprendizagem. Nesta visão, o Programa busca utilizar estratégias metodológicas diferenciadas para trabalhar os conteúdos de uma outra forma, levando em consideração a história de vida e análise global dos sujeitos nele inseridos.
Traremos duas experiências destas narrativas que estão sendo escritas, a partir de trabalho de campo por Inoã. A primeira é uma proposta de escrita de um jornal e a segunda, se refere a vivência nos espaços e a transformação destes achados, utilizando atividades de letramento e alfabetização.
Neste ano letivo, foram formadas duas turmas de aceleração, sendo estas: a PAE 21 com 23 alunos, que ainda não consolidaram o processo de alfabetização e a PAE 22 com 18 alunos, que começaram o processo de leitura, mas ainda precisam desenvolver competências e habilidades básicas para o uso social da escrita, e além da ampliação dos saberes de todas as disciplinas.
Temos, enquanto escola, assumido o compromisso, em trabalho conjunto entre direção, orientação e sala de recursos, estimular a disseminação e o fortalecimento de um pensamento mais inclusivo. Assim, ao longo do ano letivo, foram promovidas algumas ações que buscaram ampliar a discussão sobre inclusão, possibilitando o entendimento a respeito do tema, a fim de derrubar algumas barreiras ainda existentes no espaço escolar. Foram oferecidas palestras, rodas de conversa, encontros de sensibilização, bem como foram promovidas ações e o alargamento destas em datas que celebram e fortalecem o debate sobre a pauta. Irei destacar, a seguir, dois desses momentos, os quais considero marcantes.
É notório como, a partir de algumas ações, temos visto como muitos professores estão cada vez mais engajados em tornar suas aulas mais inclusivas e isso tem se refletido também, por exemplo, na melhora quanto ao compromisso da construção e do preenchimento adequado do PEI (Plano Educacional Especializado), que sempre se configurou num grande desafio para nossa escola, assim como em outras de segundo segmento do ensino fundamental.
Uma dessas atividades – entendendo que uma das mobilizações para uma inclusão efetiva, é formar os professores para que sejam capazes de acolher a diversidade – foi a realização de uma reunião formativa com o corpo docente e agentes de inclusão. Na oportunidade, atendendo ao pedido da Diretora pedagógica Ariana Abreu, pude falar sobre o tema “Elaboração de PEI, Flexibilização e Adaptação de Atividades”. No encontro, refletimos sobre práticas e ações inclusivas que considerem as individualidades e potencialidades dos alunos, levando em consideração que cada um deles possui características distintas e variadas formas de aprender. Para tanto, motivamos reflexões a partir das seguintes interrogações:
-
Quem é meu aluno?
-
O que ele já sabe?
-
O que precisa aprender?
-
O que será ensinado à turma?
-
Quais são os objetivos?
-
Para que será ensinado?
-
Como será ensinado?
-
Que recursos e metodologias serão utilizados?
-
Como será a avaliação do processo de ensino?
A proposta era levar ao entendimento de que tais questões promovem a individualização do ensino, de modo considerar as necessidades e possibilidades de cada estudante.
A partir disso, foi apresentada uma proposta de construção de PEI e alternativas de adaptação de atividades e flexibilização de currículo, com base em um perfil de aluno. Após a análise conjunta desse material, foi solicitada a divisão em grupo, para construção de um PEI a partir da elaboração de uma atividade adaptada sobre um conteúdo interdisciplinar, considerando que o grupo era formado por professores de várias disciplinas. Foram apresentados aos professores 8 perfis de alunos em diferentes condições. Cada grupo pôde escolher um perfil, desenvolver sua proposta e, por fim, apresentar para todos. Após as apresentações, como encerramento da dinâmica, refletimos conjuntamente sobre como, apesar de se constituir como um desafio, pensar um planejamento inclusivo não é impossível, se aprendemos a desenvolver um olhar mais sensível e paramos para, de fato, conhecer nosso aluno. Isso é o ponto de partida para qualquer proposta pedagógica, seja visando alunos alvos da inclusão ou outros.
Este texto conta um pouco sobre alguns percursos pedagógicos utilizados pelas turmas do Programa de Aceleração de Estudos (PAE), que têm como objetivo proporcionar aos alunos que apresentam distorção idade/ano de escolaridade e demonstram dificuldades de aprendizagem com as metodologias do ensino regular, novas possibilidades de aprendizagem. Nesta visão, o Programa busca utilizar estratégias metodológicas diferenciadas para trabalhar os conteúdos de uma outra forma, levando em consideração a história de vida e análise global dos sujeitos nele inseridos.
Traremos duas experiências destas narrativas que estão sendo escritas, a partir de trabalho de campo por Inoã. A primeira é uma proposta de escrita de um jornal e a segunda, se refere a vivência nos espaços e a transformação destes achados, utilizando atividades de letramento e alfabetização.
Neste ano letivo, foram formadas duas turmas de aceleração, sendo estas: a PAE 21 com 23 alunos, que ainda não consolidaram o processo de alfabetização e a PAE 22 com 18 alunos, que começaram o processo de leitura, mas ainda precisam desenvolver competências e habilidades básicas para o uso social da escrita, e além da ampliação dos saberes de todas as disciplinas.
Em julho – a segunda ação inclusiva que gostaria de destacar neste espaço – o "Programa de Educação em Família", em parceria com nossa escola, promoveu uma Roda de Conversa com os pais dos alunos público-alvo da inclusão para falar sobre saúde mental, com a psicóloga convidada Grazielle Lisboa. Abordando a questão “O desafio de cuidar de quem cuida: um olhar para pais atípicos”.
A psicóloga Grazielle trouxe ótimas e sensíveis reflexões, proporcionado também acolhimento e conforto a essas famílias. Foi um potente momento de trocas, escuta e afetos compartilhados. Pudemos contar também com o relato de experiência da Juliana Gaspar, que tem TEA, e faz curso de teatro em um programa social do Município. Juliana é aluna da mãe da agente de Inclusão Ana Vitória Siqueira nesse curso, que sugeriu seu nome para participar da Roda de Conversa. Juliana falou sobre o prazer e os desafios de ser uma atriz em formação dentro do espectro do autismo. A fala da Juliana foi uma forma de mostrar possibilidades e inspirar essas famílias a descobrir e incentivar as potencialidades de seus filhos: há desafios, mas também há muitos caminhos possíveis.
Este texto conta um pouco sobre alguns percursos pedagógicos utilizados pelas turmas do Programa de Aceleração de Estudos (PAE), que têm como objetivo proporcionar aos alunos que apresentam distorção idade/ano de escolaridade e demonstram dificuldades de aprendizagem com as metodologias do ensino regular, novas possibilidades de aprendizagem. Nesta visão, o Programa busca utilizar estratégias metodológicas diferenciadas para trabalhar os conteúdos de uma outra forma, levando em consideração a história de vida e análise global dos sujeitos nele inseridos.
Traremos duas experiências destas narrativas que estão sendo escritas, a partir de trabalho de campo por Inoã. A primeira é uma proposta de escrita de um jornal e a segunda, se refere a vivência nos espaços e a transformação destes achados, utilizando atividades de letramento e alfabetização.
Neste ano letivo, foram formadas duas turmas de aceleração, sendo estas: a PAE 21 com 23 alunos, que ainda não consolidaram o processo de alfabetização e a PAE 22 com 18 alunos, que começaram o processo de leitura, mas ainda precisam desenvolver competências e habilidades básicas para o uso social da escrita, e além da ampliação dos saberes de todas as disciplinas.
Cabe lembrar, em linhas finais, que a inclusão é um direito previsto na Constituição Federal, amparado ainda pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e, mais especificamente, pela LBI (Lei Brasileira de Inclusão). Logo, promover a inclusão é um dever de todos os profissionais da educação para que todos os alunos em condição de inclusão tenham seus direitos garantidos.
Todos nós devemos ter em mente que a inclusão escolar é importante para combater o preconceito e a exclusão, promover a tolerância e o respeito às diferenças, preparar os alunos para viver em uma sociedade plural, desenvolver a empatia e a capacidade de se relacionar com pessoas diferentes.
Longe estamos de uma escola inclusiva ideal, mas entendemos, como diria a canção, que é “caminhando que se faz o caminho”. Promover a educação especial numa perspectiva inclusiva é um processo em andamento em âmbito geral e consideramos que a realização de um trabalho empenhado e sensível na modalidade, fez-nos trilhar uma trajetória de potência, escrevendo e inscrevendo nossas narrativas inclusivas no território de Inoã, ao longo do ano letivo de 2024. Juntos, cresceremos ainda mais nesse fazer que se constrói diariamente, passo a passo.
Este texto conta um pouco sobre alguns percursos pedagógicos utilizados pelas turmas do Programa de Aceleração de Estudos (PAE), que têm como objetivo proporcionar aos alunos que apresentam distorção idade/ano de escolaridade e demonstram dificuldades de aprendizagem com as metodologias do ensino regular, novas possibilidades de aprendizagem. Nesta visão, o Programa busca utilizar estratégias metodológicas diferenciadas para trabalhar os conteúdos de uma outra forma, levando em consideração a história de vida e análise global dos sujeitos nele inseridos.
Traremos duas experiências destas narrativas que estão sendo escritas, a partir de trabalho de campo por Inoã. A primeira é uma proposta de escrita de um jornal e a segunda, se refere a vivência nos espaços e a transformação destes achados, utilizando atividades de letramento e alfabetização.
Neste ano letivo, foram formadas duas turmas de aceleração, sendo estas: a PAE 21 com 23 alunos, que ainda não consolidaram o processo de alfabetização e a PAE 22 com 18 alunos, que começaram o processo de leitura, mas ainda precisam desenvolver competências e habilidades básicas para o uso social da escrita, e além da ampliação dos saberes de todas as disciplinas.
Um olhar de um Diretor humanizando
02 de outubro de 2024
Suéllen da Mata de Souza
Professora de Sala de Recursos

Jorge, aluno que tem Síndrome de Down, 1ª Fase da EJA, sambando com as passistas da GRES Acadêmicos do Araçatiba, após a roda de conversa “Consciência Negra”, uma das mobilizações em prol do Novembro Negro.
Um olhar de um Diretor humanizando
Temos, enquanto escola, assumido o compromisso, em trabalho conjunto entre direção, orientação e sala de recursos, estimular a disseminação e o fortalecimento de um pensamento mais inclusivo. Assim, ao longo do ano letivo, foram promovidas algumas ações que buscaram ampliar a discussão sobre inclusão, possibilitando o entendimento a respeito do tema, a fim de derrubar algumas barreiras ainda existentes no espaço escolar. Foram oferecidas palestras, rodas de conversa, encontros de sensibilização, bem como foram promovidas ações e o alargamento destas em datas que celebram e fortalecem o debate sobre a pauta. Irei destacar, a seguir, dois desses momentos, os quais considero marcantes.
É notório como, a partir de algumas ações, temos visto como muitos professores estão cada vez mais engajados em tornar suas aulas mais inclusivas e isso tem se refletido também, por exemplo, na melhora quanto ao compromisso da construção e do preenchimento adequado do PEI (Plano Educacional Especializado), que sempre se configurou num grande desafio para nossa escola, assim como em outras de segundo segmento do ensino fundamental.
Uma dessas atividades – entendendo que uma das mobilizações para uma inclusão efetiva, é formar os professores para que sejam capazes de acolher a diversidade – foi a realização de uma reunião formativa com o corpo docente e agentes de inclusão. Na oportunidade, atendendo ao pedido da Diretora pedagógica Ariana Abreu, pude falar sobre o tema “Elaboração de PEI, Flexibilização e Adaptação de Atividades”. No encontro, refletimos sobre práticas e ações inclusivas que considerem as individualidades e potencialidades dos alunos, levando em consideração que cada um deles possui características distintas e variadas formas de aprender. Para tanto, motivamos reflexões a partir das seguintes interrogações:
-
Quem é meu aluno?
-
O que ele já sabe?
-
O que precisa aprender?
-
O que será ensinado à turma?
-
Quais são os objetivos?
-
Para que será ensinado?
-
Como será ensinado?
-
Que recursos e metodologias serão utilizados?
-
Como será a avaliação do processo de ensino?
A proposta era levar ao entendimento de que tais questões promovem a individualização do ensino, de modo considerar as necessidades e possibilidades de cada estudante.
A partir disso, foi apresentada uma proposta de construção de PEI e alternativas de adaptação de atividades e flexibilização de currículo, com base em um perfil de aluno. Após a análise conjunta desse material, foi solicitada a divisão em grupo, para construção de um PEI a partir da elaboração de uma atividade adaptada sobre um conteúdo interdisciplinar, considerando que o grupo era formado por professores de várias disciplinas. Foram apresentados aos professores 8 perfis de alunos em diferentes condições. Cada grupo pôde escolher um perfil, desenvolver sua proposta e, por fim, apresentar para todos. Após as apresentações, como encerramento da dinâmica, refletimos conjuntamente sobre como, apesar de se constituir como um desafio, pensar um planejamento inclusivo não é impossível, se aprendemos a desenvolver um olhar mais sensível e paramos para, de fato, conhecer nosso aluno. Isso é o ponto de partida para qualquer proposta pedagógica, seja visando alunos alvos da inclusão ou outros.
Em julho – a segunda ação inclusiva que gostaria de destacar neste espaço – o "Programa de Educação em Família", em parceria com nossa escola, promoveu uma Roda de Conversa com os pais dos alunos público-alvo da inclusão para falar sobre saúde mental, com a psicóloga convidada Grazielle Lisboa. Abordando a questão “O desafio de cuidar de quem cuida: um olhar para pais atípicos”.
A psicóloga Grazielle trouxe ótimas e sensíveis reflexões, proporcionado também acolhimento e conforto a essas famílias. Foi um potente momento de trocas, escuta e afetos compartilhados. Pudemos contar também com o relato de experiência da Juliana Gaspar, que tem TEA, e faz curso de teatro em um programa social do Município. Juliana é aluna da mãe da agente de Inclusão Ana Vitória Siqueira nesse curso, que sugeriu seu nome para participar da Roda de Conversa. Juliana falou sobre o prazer e os desafios de ser uma atriz em formação dentro do espectro do autismo. A fala da Juliana foi uma forma de mostrar possibilidades e inspirar essas famílias a descobrir e incentivar as potencialidades de seus filhos: há desafios, mas também há muitos caminhos possíveis.
Cabe lembrar, em linhas finais, que a inclusão é um direito previsto na Constituição Federal, amparado ainda pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e, mais especificamente, pela LBI (Lei Brasileira de Inclusão). Logo, promover a inclusão é um dever de todos os profissionais da educação para que todos os alunos em condição de inclusão tenham seus direitos garantidos. Todos nós devemos ter em mente que a inclusão escolar é importante para combater o preconceito e a exclusão, promover a tolerância e o respeito às diferenças, preparar os alunos para viver em uma sociedade plural, desenvolver a empatia e a capacidade de se relacionar com pessoas diferentes.
Longe estamos de uma escola inclusiva ideal, mas entendemos, como diria a canção, que é “caminhando que se faz o caminho”. Promover a educação especial numa perspectiva inclusiva é um processo em andamento em âmbito geral e consideramos que a realização de um trabalho empenhado e sensível na modalidade, fez-nos trilhar uma trajetória de potência, escrevendo e inscrevendo nossas narrativas inclusivas no território de Inoã, ao longo do ano letivo de 2024. Juntos, cresceremos ainda mais nesse fazer que se constrói diariamente, passo a passo.
A Segunda Experiência



Eixo IV – Sociedade, Cultura e Tecnologia
A Segunda Experiência
Precisamos educar para compreensão. E isso significa não educar “para o futuro”, mas para as demandas do presente, um ensino da interpretação como parte central do currículo que foque na reflexão crítica das representações da escola como geradora de cultura, e não só de aprendizagem de conteúdo.
Começamos refletindo que o lugar da sala não: é só de aula. O diálogo deve ser central antes de qualquer proposta de atividade. Na exposição oral e no diálogo com os estudantes, não devem ser ignoradas suas questões e interações “próprias”, mesmo que não tenham relação direta com o conteúdo curricular. A sala é de produção de conhecimento e de interpretação do mundo, o conteúdo curricular é apenas um meio, e não objetivo final. Algumas questões são fundamentais: Qual objetivo de aprendizagem da sua aula? Qual é seu tema transversal? E eles podem se tornar um grande motivador para construção de aprendizagem, crescimento pessoal e intelectual dos alunos?
E como trabalhar as práticas pedagógicas de modo a propiciar a sala de aula como este espaço multidisciplinar, atrativo, afetivo e de forma a recuperar o prazer pelo estudo/desempenho dos conteúdos acumulados historicamente? Algumas intervenções seriam atividades que possibilitem: viabilizar produções artesanais, coletivas e lúdicas, uma escola geradora de cultura, e não só de aprendizagem de conteúdos, aproveitar o interesse das crianças e adolescentes (conjunto de valores, crenças e significações que dão sentido ao mundo em que vivem), estimular experimentações, formas, texturas, sons, participação ativa e coletiva, jogos, artes e demonstrações que utilizem o corpo como suporte (corpo como um todo, sem separação mente e corpo) em diversas performances.
O lugar fora da sala escolhido para ser retratado aqui foi o trabalho de campo feito nos arredores da escola para que os alunos conhecessem um pouco mais da realidade de Inoã. Foi utilizada uma pesquisa etnográfica, a partir dos debates gerados nas aulas, em entrevistas dentro e fora da escola. Isso permitiu que os alunos refletissem e reconhecessem diferentes pontos de vista acerca do tema.
Foi seguida a ordem abaixo:
Passo 1 - saída à campo pela comunidade do entorno para pesquisá-la. Conhecer o universo vocabular das pessoas entrevistando-as. Gravar as palavras que aparecem mais. Anotar os temas geradores: Quais são as questões, o que mais está preocupando e ocupando a mente das pessoas na comunidade? Sair pela comunidade e gravar as palavras que aparecem mais: O que é importante para você? O que está te preocupando atualmente?
Passo 2 - Tirar fotos e filmar a paisagem do lugar da comunidade escolar e do seu entorno: natureza, prédio, comércios, etc. Investigar também a paisagem oculta.
Passo 3 - Investigar os nomes das ruas do território, dos lugares próximos e da própria escola.
As práticas ativas de ensino nos eixos da educação integral oferecem aos alunos uma gama de oportunidades de aprendizagem. Os alunos são preparados para os desafios futuros quando desenvolvem habilidades como pensamentos críticos, resolução de problemas, colaboração e comunicação.
A Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro ao adotar o programa de educação em tempo integral desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos alunos, proporcionando uma abordagem educacional abrangente que visa não apenas o sucesso acadêmico, mas também o desenvolvimento pessoal e socioemocional. Ao promover um ambiente de aprendizagem estimulante e envolvente, a educação integral prepara os alunos para enfrentar os desafios do mundo moderno.
Na oficina de tecnologia também são desenvolvidos podcasts escolares, onde alunos e convidados produzem conteúdos e são desafiados a criarem roteiros e narrarem as histórias de forma semanal. O objetivo é que além de produção de tecnologia, que os alunos trabalhem a funcionalidade do texto e imagem como forma de comunicação com a comunidade escolar e com o mundo.
No ano de 2024, nossa escola desenvolveu o projeto “Narrativas do Território de Inoã”. O projeto tem por objetivo o resgate das memórias construídas sobre o território e o estudo cultural, histórico, geográfico, econômico e linguístico, desenvolvendo ainda o sentimento identitário e de pertencimento a esse espaço. Entender o território do qual fazemos parte, atravessa a constituição daquilo que somos, enquanto indivíduos e enquanto população. É na tecitura de diferentes identidades que se constrói a idiocrasia local, ou seja, os aspectos individuais que passam a compor as características do grupo inserido na região; assim como, num movimento contrário, também somos atravessados pelas propriedades da comunidade local ao nos inserirmos nela.
Considerando tais reflexões, entendemos que não se pode pensar nas “narrativas do nosso território” e construir um projeto que parta disso, sem inserir reflexões sobre os diferentes sujeitos que compõe o mosaico identitário e cultural de Inoã. Nesse sentido, o projeto teve como tônica abraçar e falar sobre essa diversidade, dando conta de envolver no projeto instituinte, e em todas as propostas pedagógicas, ações e fazeres que alcançasse a todos os indivíduos. Entendemos que a escola absorve esses sujeitos e, consequentemente, acomoda múltiplas identidades, é, portanto, indispensável falar sobre e considerar a diversidade nesse contexto. Assim, apresentarei aqui as ações, vivências e experiências na esfera da educação especial em perspectiva inclusiva, em específico, desenvolvidas em nossa escola, dando minha contribuição para construção do projeto educacional.
Em sua origem etimológica, a palavra “inclusão” vem do verbo “incluir”, do latim includere, que significa “abranger, compreender, envolver” (Dicionário etimológico da Língua Portuguesa, Antônio Geraldo da Cunha). Pensar uma educação inclusiva é considerar, nesse processo, que a escola é um espaço plural, composto por diferentes sujeitos. Desse modo, faz-se necessária a valorização dessa diversidade, reconhecendo e reforçando positivamente todas as identidades, subjetividades, histórias e culturas que compõem a comunidade local. É tornar, desse modo, o espaço acessível, garantindo, em todos os âmbitos, a permanência efetiva desses sujeitos na escola, aprendendo e vivendo todas as experiências compartilhadas nesse ambiente. Logo, incluir é proporcionar possibilidades que promovam e garantam a justiça, a igualdade e a equidade sociais.
Levando isso em consideração, a E. M. Professor Darcy Ribeiro se engaja em pensar um espaço escolar mais inclusivo, que a acolha e respeite todas as identidades locais, valorizando as diferenças individuais, considerando-as como diversidade, e não como problema. Como professora de sala de recursos multifuncionais, cuja incumbência me coloca como referência em inclusão nesse espaço, tenho desde o início de 2023, colaborado para pensar práticas mais inclusivas, que comtemplem em totalidade todos os nossos alunos público-alvo da inclusão, juntamente com os diretores, orientadores, professores, agentes de inclusão e outros funcionários da escola.



















